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Não Me Façam Perguntas Difíceis a Esta Hora

Blog sobre Livros, Cinema e Séries, mas principalmente sobre livros. Sem esquecer, as peripécias com a filha ou mesmo sem ela...

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11.01.21

Sobre o Livro #43 A Noite em que o Verão Acabou de João Tordo


Tânia Oliveira

Existem opiniões difíceis de dar, não sabemos por onde começar, não sabemos o que opinar ou deixar de opinar com medo de provocar qualquer tipo de spoiler. 

A Noite em que o Verão Acabou de João Tordo, um thriller de 667 páginas é um exemplo perfeito disso. 

Este livro está divido em três partes: prólogo, primeira e segunda partes. 

No prólogo, o autor apresenta-nos o caso que vai desenrolar-se ao longo do livro, mais concretamente a morte da personagem Noah Walsh e todas as circunstâncias envoltas da misteriosa morte dele.

Na primeira parte, conhecemos as famílias participantes nesta história, os Taborda e os Walsh. Os Taborda representam a típica família portuguesa, em que os pais iam de férias com os seus filhos e tudo atrás, enquanto os Walsh só levavam a bagagem carregada de preciosidades. Nesta primeira parte, o autor leva o leitor a viajar pelos finais dos anos 80 até aos finais dos anos 90. Conhecemos as personagens principais de ambas as famílias, Pedro, Laura, Levi e Noah. Nesta parte, o autor dá a conhecer  a adolescência do personagem principal, Pedro, e como conheceu Laura e como a relação deles se desenvolveu. Para além disso, conhecemos o percurso académico de Pedro e as peripécias que ocorrem. No meio disto tudo, como se isto não fosse suficiente, tenta resolver o caso da morte de Noah Walsh. 

Na segunda parte, vemos as consequências de todas as peripécias ocorridas na primeira parte e a resolução do caso da morte de Noah. 

Porque é que este livro é tão bom?

1. Temos personagens muito diversas, Pedro, Laura, Levi, Noah, Gary. Todas elas com características muito diferentes e com evoluções distintas. Se em Pedro, o leitor poderá sentir de "dar um par de estalos" por causa da "conice" dele e de achar a Laura "aquela popular que mete nojo, mas que ninguém sabe a vida que tem e por aquilo que passou", Gary a personificação "do professor brilhante, mas escritor frustrado", de Noah "o pai perfeito fora de quatro paredes" e Leah "a típica mãe interesseira". 

2. O autor fez um belo trabalho na construção das duas famílias e na sua descrição, ao longo do livro. Devo confessar que as descrições das avós eram das minhas passagens preferidas e funcionavam como "comic-relief", sem o necessariamente o serem. 

3. O suspense. Foi terrível, à medida que o leitor avança, pensa que vai desvendar o crime ou uma pista dele. Só para descobrir que não. 

Foram 667 páginas, em que muitas vezes pensei que poderiam ser menos. Contudo as descrições longas, apesar de serem isso mesmo longas, são necessárias para ajudar o leitor a ambientar e a sentir que está naquela terra típica norte-americana ou portuguesa. Apesar de tudo, achei o thriller bom para um thriller de iniciação de João Tordo.

Mas o thriller de João Tordo não se resume a isto. 

Para além da parte que se poderia resumir à resolução do crime, o leitor também se depara com a evolução académica e profissional da personagem principal, Pedro Taborda. Os anseios, os medos e a vontade de conseguir escrever um best-seller, um livro que marcará os leitores. E é esta parte que torna este livro diferente. Dei por mim, em vários momentos do livro, a achar que estaria a ler uma autobiografia disfarçada de thriller baseada na vida do próprio autor, João Tordo. Se é verdade ou não? Não saberemos, aliás é aí que reside a beleza da literatura. 

Mergulhem nesta história e espero que a desfrutem tanto como eu. Antes de finalizar este post, só queria chamar a atenção para uma coisa: Trigger Warning - passagens do livro que poderão levar um leitor a relembrar traumas pessoais ou a sentir-se mais desconfortável. Apesar de saber antemão que thrillers são sinónimos de livros que contêm violência, de todos os géneros, para quem não está habituado poderá encontrar surpresas pouco agradáveis. Por isso, neste livro poderão encontrar passagens que estão relacionadas com violação, violência e pedofilia. 

Quem já leu, o que achou?

Deixem a vossa opinião nos comentários ou na página do insta @blog_nmfp

Kisses,

Tânia Oliveira

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