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Não Me Façam Perguntas Difíceis a Esta Hora

Poderia ser um blog sobre tudo e mais alguma coisa, mas o principal são os livros.

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04.02.20

Sobre o Livro #27 A Rapariga de Auschwitz


Tânia Barriga

Bom dia. 

"A Rapariga de Auschwitz" li para completar uma tarefa da maratona de natal,em que participei.

Estava muito curiosa quanto a este livro, especialmente por ter uma ligação à história de Anne Frank. Mas deveria ter gerido melhor as expectativas quanto a este livro porque como é que gerimos expectativas quanto a um livro quando no fundo, a forma como ele foi publicitado não corresponde ao seu conteúdo? 

O livro relata a história de Eva Schloss que tal como Anne Frank, também sofreu com os horrores dos campos de concentração. Contudo, a sua sinopse está ambígua porque o leitor crê ou é levado a crer que vai ler sobre a relação de Eva e Anne, quando o que realmente são somente nuances dessa ligação. Na verdade, Eva teve uma ligação bastante forte com a família de Anne Frank, mas foi através do pai e não da filha. 

Mas e então? O livro vale a pena ler?

Já li uma lista considerável de livros sobre a temática da Segunda Guerra Mundial. Cada um toca-me de forma diferente, seja pelos relatos feitos de como chegaram aos campos de concentração, como a viagem foi realizada, a vida nesses lugares, a forma como os prisioneiros perderam a fé em Deus e na Humanidade, para mais tarde perdoarem ou pelo menos, darem uma amnistia a ambos os criminosos. 

Este livro relata-nos a vida de Eva e da sua família. Antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. E é somente por esta razão que este livro deve ser lido. Eva encontra a coragem de falar sobre a sua experiência na Segunda Guerra Mundial. A maneira como ela descreve a sua vida antes de toda esta tragédia acontecer, a felicidade que ela sentia é reconfortante, mas fugaz. Acaba quando Hitler sobe ao poder e as suas ideias antissemitas começam a ganhar cada vez mais força. É doloroso ler as emoções sentidas por esta criança, o medo que tinha ao ser denunciada. Pior do que isto, somente a sua vida no campo de concentração, o qual é semelhante a tantos outros relatos, mas que mesmo assim, não se torna mais fácil de ler. 

O que se torna aconchegante para o leitor é o facto da vida de Eva continuar, após os campos, apesar de sofrer todas mazelas naturais de uma guerra: perda de familiares, reconstrução de uma vida, dita, normal e todas as dificuldades inerentes a esse processo. 

Eva poderia ter sido uma adolescente como outra qualquer, tal como Anne Frank. Contudo, tal como tantas outras adolescentes, naquele tempo, tiveram o azar de nascer com um grave problema aos olhos de um homem: serem judias. 

xoxo,

Mummy

 

 

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