The Man in the High Castle é uma distopia de ficção científica em que a humanidade vive numa realidade completamente diferente. Uma realidade em que a Alemanha e o Japão saíram vencedores do final da II Guerra Mundial.
Isto é a sinopse que nos é apresentada por Philip K. Dick, a criação de uma realidade alternativa que iria mudar completamente a realidade em que vivemos.
O que Philip K Dick se propõe é difícil, contudo é uma missão bem conseguida, desde a estruturação da narrativa até à construção das personagens.
As personagens podiam dividir-se em dois grupos, os vencedores e os vencidos ou por outras palavras, os consquistadores e os outros. A ideia do outro, do estrangeiro, do valor do antigo é discutido aqui de forma sublime. Através de uma das personagens principais e das relações que mantém com outras personagens secundárias, vemos como o norte-americano que está habituado, na nossa realidade a ser o conquistador, vê-se no lugar do outro, do conquistado, do que tem de obedecer a vontades alheias. Esta foi uma das perspectivas mais interessantes para mim, devido a ser um choque cultural com a nossa realidade. Sendo Philip K Dick estadio unidense, demonstra bem a crítica subjacente, da superioridade perdida dos EUA na narrativa construída. Algo interessante a discutir é a imagem do Outro que nesta narrativa, ocupa o lugar do conquistador, do ser superior. Esta imagem é exaltada pela descrição dos costumes, comportamentos, entre outros. Pelos os olhos de uma das personagens principais, a imagem do conquistador é colocada num pedestal, onde ele pretende chegar, mas lhe é impossível aos olhos dele.
O preconceito contra raças, crenças religiosas não são esquecidas. Nestes aspetos, mais uma vez, é através dos olhos que foram conquistados que vemos as diferenças nos estilos de vida ou mesmo aquilo a que podem ou não ter acesso.
Apesar de existir uma série com o mesmo nome, as diferenças são gritantes entre a série e o livro. Contudo, gostei de ambas. Embora na série o lado mais discutido é o alemão, no livro é o do japonês.
Foi uma história que me tocou bastante. Um dos preferidos do ano e quiça da vida. Um livro 5 estrelas. Leiam e desfrutem.
Avaliei em 5 estrelas de 5 possíveis no goodreads.
