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Não Me Façam Perguntas Difíceis a Esta Hora

Blog sobre Livros, Cinema e Séries, mas principalmente sobre livros. Sem esquecer, as peripécias com a filha ou mesmo sem ela...

Não Me Façam Perguntas Difíceis a Esta Hora

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06.04.21

Sobre o Livro #48 The Witcher - Andrzej Sapkowski

Livro 1 (Terceiro Desejo) e Livro 2 (A Espada do Destino)


Tânia Oliveira

Olá!

No post anterior, contei-vos um pouco da minha entrada no mundo dos livros de fantasia, mas não aprofundei o tema. Sou fã do mundo do Harry Potter. Não comecei a ler, quando foi logo publicado. Admito, estava reticente. Até hoje, lembro-me do olhar de uma pessoa quando torci o nariz ao referir que o Harry Potter não me despertava interesse. A expressão de horror na face da pessoa foi só impagável. Contudo, acho que foi nesse ano ou no ano seguinte, estava eu em casa e sem livros da biblioteca para ler e tinham me oferecido Harry Potter e a Pedra Filosofal. Posso vos confessar que se os provérbios precisassem de exemplos aquele verão teria sido o exemplo perfeito de "desta água não beberei". Por isso, posso afirmar que este foi o meu primeiro contacto com fantasia e o último até há uns meses. 

A saga de The Witcher e a trilogia do SdA despertaram-me a curiosidade de tal forma que decidi mergulhar no mundo fantástico criado por Sapkowski e Tolkien, respectivamente. Por esse motivo, vamos falar da minha experiência e opinião ao ler estes dois livros de Sapkowski

Antes de mais, juntei estes dois livros porque a minha experiência pouco diferiu. 

Estes dois livros centram-se muito na personagem de Gerald de Rivia e nas suas experiências em lutar contra os monstros que incomodam as populações locais. No meio destas aventuras, surgem personagens que possuem mais protagonismo na série, como por exemplo Jaskier, Yennefer, Ciri, entre outros. Nestes momentos, ficamos a conhecer um pouco mais de como funciona a interacção entre Gerald e a personagem em questão.

Comecemos pelos aspectos que gostei mais...

O primeiro aspecto

Tanto no início do primeiro livro, como do segundo livro uma semelhança óbvia que encontrei foi existirem pequenos contos, cujas semelhanças nos remetem ao nosso imaginário infantil de contos infantis, como por exemplo a Branca de Neve, a Rapunzel, a Pequena Sereia e até a Bela e o Monstro. Nos livros, todas estas semelhanças ganham um contorno mais negro. Para quem é fã da Disney pode gostar, como pode não gostar. Contudo, devo afirmar que me conquistou por ser negro e no entanto, não perdeu a sua identidade. Todos estes pequenos contos são necessários para compreender a personalidade defensiva e reservada de Gerald

O segundo aspecto

A relação de Gerald com algumas personagens principais, em particular com Ciri. O desenvolvimento desta relação esclareceu-me algumas das questões que me surgiram durante a visualização da série. Em muitas passagens, a relação deles é muito enternecedora. 

O terceiro aspecto

A relação de Gerald com personagens que ainda não apareceram na série. Devido ao pequeno número de episódios da série da Netflix era impossível incluir as personagens todas. Todavia, tive pena de que, por exemplo, as personagens que protagonizaram alguns dos contos infantis não tenham tido espaço na série. 

O quarto aspecto

Quando reconhecia uma cena da série no livro, posso confessar de que devorava aquela passagem. Posso confessar de que as passagens de Cintra foram devoradas, queria acabar, mas não queria acabar. Mas isto, para alguém que ama ler, é tão óbvio, certo?! Quem nunca?!

Contudo, e tendo em mente de que não sou uma leitora assídua de livros de fantasia, existiram alguns aspectos de que não gostei tanto. 

Existem elementos comuns a todos os livros de ficção: é necessário existir um desenvolvimento do espaço físico e das personagens. São dois elementos que ajudam o leitor a envolver-se na experiência de ler aquele livro. Contudo e tendo isto em mente, existiram momentos que não me apetecia continuar. Ficava confusa com os nomes das personagens; não conseguia imaginar os espaços físicos tão bem como se eles passassem num policial, por exemplo. A meu ver, isto dificultou a minha leitura e por vezes, atrasava-me a leitura. 

Dito isto, gostei dos livros e estou ansiosa para começar a ler o terceiro volume da saga The Witcher

Para quem não sabe, ler esta saga faz parte de um dos objectivos do #LerCalhamaçosSemPerguntas. Em breve, irei fazer um vídeo a falar dos livros que já li para este projecto e deixarei aqui o link para vocês poderem ver. :)

Já leram? Gostavam de ler?

Contem-me tudo :)

Beijinhos,

Tânia Oliveira

 

 

04.04.21

Ontem, viste o episódio? #27 The Witcher

Diferenças entre os Livros e a Série


Tânia Oliveira

Olá!

A Rúbrica #OntemVisteoEpisódio está de volta! 

Apesar de ver muitas séries/filmes são, raros aqueles que se podem considerar de fantasia. 99% do que assisto pode ser categorizado de policial/thriller/acção. Depois tenho aquele 1%, que depende muito da disposição em que me encontro: vejo desde séries juvenis até filmes de comédias românticas (mas sou picuinhas, não é qualquer coisa que vejo), passando por desporto ou mesmo documentários históricos. Mas não vim para vos falar dos meus gostos, mas sim de como namorar uma pessoa nerd me fez sair da minha zona de conforto. Para terem uma pequena noção: passei anos sem ver Star Wars (não vou contar que na minha primeira tentativa adormeci over and over again), nem O Senhor dos Anéis, nem animé. Sim, namoro só há um ano com ele e já vi: Star Wars (1-6), a série de animação de Clone Wars, O Senhor dos Anéis (versão de 3h, vá), já vi uns dois episódios de The Mandalorian, viciou-me recentemente no animé de Attack On Titan e vimos o ano passado: The Witcher. Por isso, saí bem da minha zona de conforto. Acho que foi The Witcher e SdA que me fizeram querer entrar no mundo da fantasia, mas em livros.

Por isso, hoje venho fazer aqui uma pequena comparação entre a série The Witcher (que devido à pandemia, ainda está a concluir a segunda temporada) e os dois primeiros livros da saga The Witcher escrita pelo polaco Andrzej Sapkowski (e que inspirou o jogo de playstation. Sim, a série foi mesmo a última coisa a ser produzida)

Para quem estiver interessada/o, podem assistir à série na plataforma streaming mais partilhada, a nível mundial, também conhecida por Netflix, protagonizada também pelo geek assumido Henry Cavill. 

Só um pequeno aparte para quem não conhece o tema da saga: Gerald (protagonizado por Henry Cavill) é um bruxo que tem por missão de vida acabar com monstros, a troco de dinheiro.

A principal diferença entre os livros e a série começa pelo foco que dão às personagens.

Nestes dois primeiros livros, o autor focou-se na vida de Gerald e através de avanços e recuos, o leitor vai conhecendo a vida de Gerald. As personagens secundárias (Yennefer, Jaskier, Ciri, entre outras) aparecem de forma mais esporádica e o relevo que possuem depende do contexto em que estão inseridas. Já na série acontece exactamente o oposto. As personagens acabam por ter mais foco e não se foca somente em Gerald e no seu percurso de vida. A meu ver, determinadas personagens acabaram por ficar mais interessantes porque o espectador pôde ver ou compreender com mais clareza algumas das atitudes tidas pelas mesmas ou conhecer um pouco mais do passado. 

A segunda principal diferença é a forma como os acontecimentos acontecem nos livros e na série.

Nos livros seguem uma ordem cronológica diferente da ordem cronológica da série. Não refiro aos avanços e recuos que o autor fez para contar a vida de Gerald. Mas sim a este aspecto: estes dois livros foram resumidos para se fazer uma temporada televisiva. Ou seja, não é uma temporada por livro. Como tal, para quem leu os livros, antes de ver a série, conseguiu ver partes do livro 1 e 2 em ordens diferentes do que ocorrem nos livros. 

A terceira principal diferença é a relação entre as personagens.

Todos nós sabemos que, em termos televisivos, é necessário mais espectáculo. Esta escolha obriga a que certas personagens não tenham tanto espaço para actuar, como seria esperado pelos fãs da saga. Agora que li os dois primeiros livros, consigo aperceber-me claramente que a personagem de Jaskier é mais interessante e activa nos livros do que aquilo que acontece na série, por exemplo. Yennefer é descrita de forma diferente nos livros do que na série. Apesar de gostar das duas versões, acho que prefiro a dos livros. A Ciri dos livros achei mais desenrascada e não tão menina, como na série. São pequenos pormenores que escapam a quem não leu os livros. 

A quarta e última diferença entre a série e os livros também está na intensidade das cenas. 

Como é natural acontecer, a série tem de ser mais cativante e apelativa. Por isso, a maior dos episódios, era muito intensa. Ninguém tinha tempo para respirar e ir beber um copo de água, com medo de perder algum detalhe importante. Nos livros, o suspense vai sendo mais diluído. Todavia, quando chegava a uma cena que me recordava, não conseguia para de ler. 

Apesar destas diferenças, amei a série e estou ansiosa para saber o que vai acontecer na segunda temporada, assim que estrear algures durante este ano de 2021. 

Se gostam de fantasia, é praticamente um must-see ou tens mesmo de ver. 

Já agora, partilhem se já viram esta série ou se vão ver?

Contem tudo nos comentários, aqui em baixo.

Beijinhos,

Tânia Oliveira