Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é uma peça de teatro escrita por J.K. Rowling em colaboração com John Tiffany e Jack Thorne. É uma peça de teatro que pretende contar a vida de Harry Potter, passado 19 anos.
Até aqui tudo bem. A história prometia. Aliás, para uma fã do universo do Harry Potter e ainda por cima, tendo visitado o King's Cross, o ano passado e ter visto, imensas reviews positivas no instagram sobre este livro, tinha as expectativas a arrebentar.
- E então?, perguntam vocês. Era aquilo que tu esperavas?
Sim e não. Confusos, eu também fiquei confusa. Ou melhor, com sentimentos muito ambíguos.
Os livros da saga de Harry Potter são narrativas, as descrições são envolventes, as aventuras são contagiantes. O que, para mim, neste livro não se passou a 100%. Harry Potter e a Criança Amaldiçoada é uma peça de teatro, deve ser assistida ao vivo. Ao lê-la, temos de criar todo o cenário mentalmente, ter em conta as didascálias e deveria ser fácil fazê-lo e apesar de ter sido, não foi tão envolvente, como eu estava à espera. A evolução das personagens até foi interessante, é um aspeto que gosto de imaginar, depois de acabar o livro. Mas não foi interessante para todas as personagens, a evolução da personagem que todos nós amamos, não me cativou e sim, estou a referir-me a Harry Potter.
Toda a história que torna sempre em volta de Voldemort e a dificuldade que ele sente em educar o seu filho que vai para a equipa que não queria.Been there, seen that! Inovem! Podiam ter criado outro rumo para a história, criar algum mistério diferente daquele que nós encontramos no livro.
Contudo, o livro tem aspetos que gostei muito, especialmente da personagem Scorpius e do plot twist na reta final.
A sensação com que fiquei ao acabar de ler este livro foi que queriam prolongar a magia do universo do Harry Potter e perderam-se a meio do caminho. É um livro razoável, mas não é de todo aquilo que eu estava à espera e a ansiar por ler.
"A Rapariga de Auschwitz" li para completar uma tarefa da maratona de natal,em que participei.
Estava muito curiosa quanto a este livro, especialmente por ter uma ligação à história de Anne Frank. Mas deveria ter gerido melhor as expectativas quanto a este livro porque como é que gerimos expectativas quanto a um livro quando no fundo, a forma como ele foi publicitado não corresponde ao seu conteúdo?
O livro relata a história de Eva Schloss que tal como Anne Frank, também sofreu com os horrores dos campos de concentração. Contudo, a sua sinopse está ambígua porque o leitor crê ou é levado a crer que vai ler sobre a relação de Eva e Anne, quando o que realmente são somente nuances dessa ligação. Na verdade, Eva teve uma ligação bastante forte com a família de Anne Frank, mas foi através do pai e não da filha.
Mas e então? O livro vale a pena ler?
Já li uma lista considerável de livros sobre a temática da Segunda Guerra Mundial. Cada um toca-me de forma diferente, seja pelos relatos feitos de como chegaram aos campos de concentração, como a viagem foi realizada, a vida nesses lugares, a forma como os prisioneiros perderam a fé em Deus e na Humanidade, para mais tarde perdoarem ou pelo menos, darem uma amnistia a ambos os criminosos.
Este livro relata-nos a vida de Eva e da sua família. Antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial. E é somente por esta razão que este livro deve ser lido. Eva encontra a coragem de falar sobre a sua experiência na Segunda Guerra Mundial. A maneira como ela descreve a sua vida antes de toda esta tragédia acontecer, a felicidade que ela sentia é reconfortante, mas fugaz. Acaba quando Hitler sobe ao poder e as suas ideias antissemitas começam a ganhar cada vez mais força. É doloroso ler as emoções sentidas por esta criança, o medo que tinha ao ser denunciada. Pior do que isto, somente a sua vida no campo de concentração, o qual é semelhante a tantos outros relatos, mas que mesmo assim, não se torna mais fácil de ler.
O que se torna aconchegante para o leitor é o facto da vida de Eva continuar, após os campos, apesar de sofrer todas mazelas naturais de uma guerra: perda de familiares, reconstrução de uma vida, dita, normal e todas as dificuldades inerentes a esse processo.
Eva poderia ter sido uma adolescente como outra qualquer, tal como Anne Frank. Contudo, tal como tantas outras adolescentes, naquele tempo, tiveram o azar de nascer com um grave problema aos olhos de um homem: serem judias.