Roda Bota Fora é o título do espetáculo de standup comedy protagonizado por 6 humoristas (Diogo Abreu, Duarte Correia da Silva; Guilherme Fonseca; Daniel Carapeto, Pedro Durão e Pedro Sousa) todas as semanas. Nesta segunda temporada decidiram, e bem!, fazer uma turné pelo país e Coimbra foi uma das cidades eleitas. AMÉN!
Este espetáculo consiste em duas partes, na primeira parte: cada um deles faz um solo inédito com a duração de cerca de 10 minutos. Na segunda parte, cada um dos participantes conta uma piada e o público decide qual teve mais sucesso. Nesta última parte, entra sempre um(a) convidado(a), em Coimbra foi a Joana Gama (blogger e autora, juntamente com a Joana Paixão Brás, do blog e livro A Mãe É Que Sabe - cliquem para ler a opinião sobre este livro).
Na primeira parte do espetáculo, pude conhecer alguns aspetos curiosos ou simplesmente assustadores destes humoristas.
Diogo Abreu baseou o seu solo na relação da namorada aka noiva-futura ex-mulher. Teve piadas engraçadas, uma boa interação com o público, especialmente com dois elementos do público. Não, não eram femininos, tinham rastas e sim, as piadas subentendidas, os olhares maliciosos eram sobre isso mesmo que estão a pensar. Mas estamos num espetáculo de standup comedy, idem com a mente aberta e com sentido de humor, certo?! Posso vos garantir que eles riram-se muito ;)
Descobrimos que Duarte Correia da Silva é hiperativo, ou pelo menos, é o que ele afirma. As aventuras dele sobre a hiperatividade dele e os problemas que isso lhe causou arrancou algumas gargalhadas do público.
O Guilherme Fonseca fez imenso sucesso junto do público feminino. Não, não andou a distribuir o seu número de telemóvel, tenham calma! Revelou uma forma fácil e eficaz das meninas conseguirem ter um cu empinado, sem necessitarem de ir ao ginásio. Basta subirem montanhas, sim, tão simples quanto isto! E até podem levar o namorado que ela vai adorar a paisagem, qual delas é que não sei, se a humana ou a natural. Sim, também provocou algumas gargalhadas do público, incluindo dos elementos das rastas.
O Daniel Carapeto revelou que a avó dele não sabia o nome dele, mas sabia o nome do vizinho dela que, por acaso, tinha o mesmo nome que ele. Se calhar, a avó dele pensava que o neto dela era o vizinho e não o Carapeto. Também veio à tona, o quanto o Carapeto gosta de programas de cozinha. Não se nota nada, eu sei. Não, não estou a fazer nenhuma insinuação à sua barriga.
O Pedro Durão tinha todo um solo preparado sobre a relação com a namorada e tudo o mais. Mas, entretanto, ficou sem namorada e teve de improvisar. Digamos que ainda bem que ficou sem namorada porque o improviso dele foi excelente. Ah, e os meninos das rastas tiveram direito a um abraço dele. Tão awesome!
O último a apresentar o seu solo foi o Pedro Sousa. O Pedro desabafou com o público o seu grande dilema do momento: ser pai ou não ser. O problema não está em ele ser pai, o problema está em se a sua criança sai feia ou não.
Na segunda parte, foram as battles das piadas e a convidada Joana Gama teve piadas muito inteligentes. Gostei muito. A melhor parte para o público, a pior para o humorista em questão (Duarte Correia da Silva), foi quando ele contou uma piada e ninguém bateu palmas. É preciso tomates para aguentar tal situação. O vencedor foi o Pedro Durão. Mas acho que o verdadeiro vencedor foi mesmo o público, ri-me pa c*r*lh*!
Se tiverem oportunidade de irem ver este espetáculo de standup comedy, não percam esta oportunidade.
Aqui ficam as próximas datas:
13 ABRIL | CARCAVELOS 17 ABRIL | AVEIRO 24 ABRIL | PORTO 3 MAIO | GUIMARÃES
Deixo-vos aqui também o vídeo do espetáculo, só gravam a segunda parte. Mas vejam e depois digam de vossa justiça. :)
(Esta rubrica costuma ser humorística, ou pelo menos, tenta-lo ser.
Este mês não consigo fazê-lo. Tanto a versão da Baby, como da Mummy vamos refletir sobre o Dia Internacional da Mulher. E se gostarem, partilhem e comentem.)
Querida Mummy,
Disseram-me lá na escola (na creche) que este dia era sobre a Mulher. Eu não percebi bem, tenho de chegar a casa e perguntar-te o porquê de existir um dia assim. Também não percebi uma coisa, aliás quando a professora falou sobre este dia, ela referiu que existem muitas meninas que não podiam ir à escola como eu e brincar e aprender as coisas que aprendo. Eu sei que muitas vezes, faço birra e não quero ir à escola, mas não ir à escola e não aprender uma coisa nova todos os dias, não me parece divertido.
A professora também falou que existem meninas que são obrigadas a casarem com homens mais velhos. Ela disse que isso acontecia em alguns países, como por exemplo na Índia. Ela disse que isso fazia parte da cultura deles e mesmo que as mennas não quisessem, não tinham opção de escolha. Não acho que isto tenha muita lógica, Mummy. Depois explicas-me melhor,sff? Mummy, tu e o Daddy não me vão obrigar a casar, pois não?
Mummy, ela também falou que muitas meninas vão trabalhar para fábricas ou vão pedir dinheiro para as ruas e depois são obrigadas a entregar o que ganham a adultos maus. Sabias que esses adultos maus dão tau tau nas meninas e nos meninos se eles não conseguirem dinheiro? Mummy, não me vais pôr a trabalhar numa fábrica, pois não?
Mummy, sabias que a mini-saia é um pouco mais nova do que a Avó? Tem cerca de 53 anos, eu pensava que as mulheres tinham usado a mini saia desde sempre. Fiquei impressionada.
Sabias que ela também falou sobre o direito de voto? Aquilo que tu dizes ao Avô para fazer de 4 em 4 anos e ele diz que não? Só te vejo a abanar a cabeça e agora percebo porquê. Se é um direito que temos, homens e mulheres, porque não usufruímos dele, não é?
Mummy, pior do que tudo, sabias que as mulheres não ganham o mesmo do que os homens pela mesma tarefa laboral?Isso não é justo! Isso quer dizer que o Daddy ganha mais do que tu pelo mesmo trabalho que fazem? Tenho de falar com o vosso patrão.
Mummy, quando chegar a casa, ensinas-me mais sobre este dia?
Já percebi porque é que abanas a cabeça quando te oferecem rosas neste dia. Também acho que as atitudes valem mais do que rosas.
(Esta rubrica costuma ser humorística, ou pelo menos, tenta-lo ser.
Este mês não consigo fazê-lo. Tanto a versão da Baby, como da Mummy vamos refletir sobre o Dia Internacional da Mulher. E se gostarem, partilhem e comentem.)
Querida Baby,
Hoje é o Dia Internacional da Mulher. Para ti, que ainda és nova, será um dia como os outros. Mas quando fores mais velha perceberás a importância deste dia, ou melhor, vou ajudar-te a perceber a importância deste dia e porque é que ainda é preciso que ele exista.
Sabes, Baby, temos sorte de ter nascido num país democrático e que apesar de ter muitas coisas com as quais não concordamos, possui algo importante, respeita os direitos das mulheres. Se podia respeitar mais? Claro que podia, mas isso é assunto para outro post.
Uma coisa das muitas coisas que te vou ensinar é muito daquilo que achas que é um direito adquirido, foi algo que foi conseguido através de luta, de greves, de manifestações de muitas mulheres. Mulheres que não aceitaram as leis impostas, as condutas sociais, mulheres que desafiaram a sociedade e a época em que viviam. Por isso, se hoje, podes votar; podes exprimir a tua opinião, sem o receio de ser presa; se podes viajar sem teres de pedir autorização ao teu pai ou ao teu futuro marido; se podes abrir uma conta no banco; se podes simplesmente exprimir-te sem medo de represáliasas, a estas mulheres tens de agradecer. São demasiadas para serem todas nomeadas neste post. Por isso, não menosprezes os direitos que possuis porque existem países neste mundo em que uma mulher não tem direito a nada. Em muitas sociedades não tem poder de escolha, obrigam-na a casar com quem o elemento masculino mais velho da família acha correto, são enviadas para a guerra para consolarem sexualmente os soldados, isto é somente uma forma mais suave de pôr isto já que, na realidade, são violadas sistematicamente.
Se vivemos num país perfeito? Não.
Se às mulheres são dadas as mesmas oportunidades a que dão aos homens? Não acredito que tal aconteça.
Se é necessário um sistema de quotas para as mulheres terem acesso a cargos de poder? Infelizmente, é.
Se queremos igualdade? Queremos.
Se desejávamos não ter um sistema de quotas, não ter casos de violência doméstica em que o homem ainda vê a mulher como um objeto? Sim, desejamos.
Algo a acontecer num futuro próximo? Talvez não, mas já estivemos mais longe.
Até lá, este dia é preciso para recordar que ainda existe muito para fazer tanto nos países considerados desenvolvidos, como nos países subdesenvolvidos. Até lá, vou ensinar-te a ter uma voz e a lutar pelo que achas correto, a pensar pela tua cabeça e a não optares pelo mais fácil.
Feliz Dia Internacional da Mulher
P.S. Este dia é mais do que nos valorizarmos nós mesmas como pessoas. Este dia é muito mais profundo do que isso, não te deixes levar por palavras bonitas, nem por flores, nem por tarefas domésticas feitas neste dia. This day is way bigger than that! Fight for a voice!
P.S. 2: Não é por lutares pelos teus direitos que estás contra os homens. Estás a lutar pela igualdade, não te confundas, nem te deixes confundir pela oratória maliciosa.